by Para os fiéis e estudiosos das escrituras sagradas, uma questão bastante recorrente é: quantos livros compõem a Bíblia Católica?
Este tema abarca mais do que simples contagem, refletindo importantes decisões históricas da Igreja Católica e divergências que marcaram as diferenças fundamentais entre o catolicismo e o protestantismo.
Quantos livros tem a Bíblia Católica?
A Bíblia, conhecida como o livro mais influente e disseminado na história humana, apresenta uma composição numérica variada dependendo da tradição religiosa. No caso da Bíblia Católica, ela é formada por 73 livros, com o Antigo Testamento contando com 46 livros e o Novo Testamento com 27 livros.
Essa contabilização é a reconhecida pela Igreja Católica Apostólica Romana.
Por que a Bíblica Católica tem 73 livros e a Protestante apenas 66?
A diferença numérica entre as versões católica e protestante da Bíblia ocorre por conta de diferentes critérios adotados no processo de canonização das Escrituras.
Ao longo dos séculos, a Igreja Católica consolidou seu conjunto de escritos sagrados através de vários concílios, como os de Hipona, Cartago e o famoso Concílio de Trento. Estes foram importantes eventos eclesiásticos nos quais o cânone das Escrituras foi discutido e estabelecido de maneira formal, chegando ao número que comentamos: 73 livros.
Por outro lado, Martinho Lutero, o fundador do Protestantismo, desafiou a autoridade da Igreja Católica no século XVI, rejeitando os sete livros adicionais do Antigo Testamento que não eram aceitos por algumas comunidades judaicas da época.
Esta decisão influenciou as edições protestantes da Bíblia, que passaram a conter 66 livros no total, omitindo exatamente esses deuterocanônicos, como são conhecidos, reconhecidos pela Igreja Católica.
Os livros deuterocanônicos da Bíblica Católica
O corpus bíblico católico inclui livros conhecidos como deuterocanônicos, termo que se refere àqueles textos que foram aceitos posteriormente no cânone, durante os concílios da igreja. Eles são considerados igualmente inspirados por Deus pela tradição católica.
Esses livros são os seguintes:
- Tobias
- Judite
- Sabedoria de Salomão
- Eclesiástico (também chamado de Siraque ou Sirácida)
- Baruque
- I Macabeus
- II Macabeus
Estes textos, inseridos entre o conjunto tradicional do Antigo Testamento, refletem a influência da Septuaginta, uma tradução grega do hebraico que era amplamente utilizada pelos primeiros cristãos.
A presença desses livros no cânone católico é um dos pontos de divergência histórica em relação às demais denominações cristãs e continua sendo um terreno de debates teológicos e acadêmicos.
Essas decisões sobre canonicidade moldaram as práticas devocionais e os estudos teológicos, demarcando uma das divisões mais significativas entre as correntes cristãs ao longo da história. Ainda que diferentes na quantidade de livros, católicos e protestantes partilham do legado essencial das Escrituras, considerando-as como palavras de vida e fundamento da fé.
