O capítulo mais impactante do livro “Moby Dick”

No livro Moby Dick, de Herman Melville, há um capítulo que se destaca por sua intensidade e impacto. O capítulo intitulado “A Brancura da Baleia” desperta um horror inominável relacionado à cor branca da baleia.

Neste artigo do Literatura Online, vamos explorar os significados e simbolismos presentes nesse capítulo, que proporcionam uma experiência literária única.

Resumo do que você vai ver aqui:

O capítulo mais impactante do livro "Moby Dick"

  • O capítulo “A Brancura da Baleia” desperta um horror inominável relacionado à brancura da baleia.
  • Nesse capítulo, são explorados os simbolismos e significados do branco na narrativa.
  • O horror provocado pela brancura da baleia ilustra a natureza indomável e misteriosa do mar e da criatura.

O capítulo “A Brancura da Baleia” de Moby Dick

No capítulo “A Brancura da Baleia”, Herman Melville mergulha em uma descrição detalhada do branco, abordando os sentimentos de angústia e medo que essa cor pode evocar. A baleia branca, conhecida como Moby Dick, torna-se o centro dessas emoções perturbadoras, sendo considerada uma figura quase divina e ao mesmo tempo ameaçadora.

“O que a baleia branca era para Ahab, foi sugerido; o que era, por vezes, para mim, resta ainda dizer. À parte as considerações mais óbvias a respeito de Moby Dick, que ocasionalmente despertavam apreensões na alma de qualquer um, havia um outro pensamento, ou melhor, um horror impreciso e inominável a seu respeito que, às vezes, superava todo o resto por sua intensidade; e tão místico e alheio à expressão, como era, que chego a desesperar de tentar colocá-lo em forma compreensível. Era a brancura da baleia que, acima de tudo, me pasmava”.

A narrativa desse capítulo é marcada pela intensidade das palavras e pela maneira como Melville explora a simbologia do branco.

Ao descrever a brancura da baleia, o autor provoca uma sensação de horror e admiração, revelando a dualidade existente nesse símbolo.

“Mas ainda não resolvemos a magia dessa brancura, e nem sabemos por que tem um apelo tão poderoso na alma; e ainda mais estranha e muito mais prodigiosa – por que, como vimos, é ela simultaneamente o símbolo mais significativo das coisas espirituais, o próprio véu da Divindade Cristã; e, contudo, o agente intensificador nas coisas que mais aterrorizam a humanidade”.

Significados e simbolismos do capítulo

O capítulo “A Brancura da Baleia” ressalta o simbolismo do branco na história de Moby Dick. O branco é um sinal de pureza e inocência, mas também pode representar a ausência de cor e a presença do vazio. Nesse contexto, Melville utiliza a brancura da baleia para transmitir a complexidade e a ambiguidade da natureza humana e animal.

O marujo, quando se aproxima da costa de terras desconhecidas, se à noite escuta o rugir das ondas, fica vigilante, e sente um palpitar que lhe aguça as faculdades; mas, em circunstâncias muito similares, espere vê-lo ser chamado a sair da rede para contemplar seu navio velejando no mar noturno de uma brancura leitosa – como se, vindos dos promontórios das cercanias, bandos de ursos brancos de pêlos alisados nadassem à sua volta, e então ele sente um medo mudo e supersticioso; a mortalha espectral das águas embranquecidas lhe é tão terrível quanto um verdadeiro fantasma; em vão o comando lhe assegura que ainda estão longe das águas rasas; coração e leme ambos baixam; e ele não descansa até que esteja outra vez sobre águas azuis. Mas que marujo diria: “Senhor, não foi tanto o medo de bater nos rochedos submersos que me deixou agitado, mas o medo daquela brancura hedionda”?

A cor branca também é associada à morte e ao desconhecido. O horror despertado pela brancura da baleia é reflexo do medo que muitos personagens têm de adentrar no mar e enfrentar o desconhecido. Essa cor representa a força incontrolável da natureza, capaz de gerar tanto fascínio quanto destruição.

Ao explorar os significados do branco, Melville instiga o leitor a refletir sobre a dualidade presente em suas próprias emoções e experiências. A baleia branca simboliza a força e a grandiosidade do mar, algo que ultrapassa a compreensão humana.

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Alexandre Garcia Peres

Criador do site Literatura Online e Redator, Editor e Analista de SEO com três anos de experiência. Formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com foco em literatura e TCC em Paulo Leminski. Fez um ano de especialização em Teoria da Literatura e sua maior área de interesse é a poesia brasileira, principalmente os poetas da segunda e terceira geração do romantismo.

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