O poema “Agonia do Coração”, da poetisa brasileira Auta de Souza, retrata sentimentos profundos e intensos de sofrimento e angústia. Leia-o na íntegra e confira uma análise completa em seguida!
Agonia do Coração, de Auta de Souza
Estrelas fulgem da noite em meio
Lembrando círios louros a arder…
E eu tenho a treva dentro do seio…
Astros! velai-vos, que eu vou morrer!
Ao longe cantam. São almas puras
Cantando á hora do adormecer…
E o eco triste sobe ás alturas…
Moças! não cantem, que eu vou morrer!
As mães embalam o berço amigo,
Doce esperança de seu viver…
E eu vou sozinha para o jazigo…
Chorai, crianças, que eu vou morrer!
Pássaros tremem no ninho santo
Pedindo a graça do alvorecer…
Enquanto eu parto desfeita em pranto…
Aves, suspirem, que eu vou morrer!
De lá do campo cheio de rosas
Vem um perfume de entontecer…
Meu Deus! que mágoas tão dolorosas…
Flores! Fechai-vos, que eu vou morrer!
Análise do poema “Agonia do Coração”
O poema “Agonia do Coração” retrata a dor e a angústia de uma pessoa que se sente à beira da morte. A autora utiliza diversos elementos simbólicos para transmitir essa sensação de desespero e sofrimento.
No primeiro verso do poema, a poetisa inicia com a imagem das estrelas fulgindo na noite, lembrando círios a arder. Essa associação entre a luz das estrelas e a luz dos círios remete à ideia de vida e esperança. No entanto, ela contrasta essa imagem com a treva dentro de si, indicando uma sensação de escuridão e morte iminente. Ao pedir que os astros se velaiam, ela expressa a sua tristeza e anuncia sua iminente partida.
No segundo parágrafo, Auta de Souza enfatiza a alegria das almas puras que cantam durante a hora do adormecer. No entanto, ela pede que as moças não cantem, pois seu coração está prestes a sucumbir. Esse contraste entre a alegria e o sofrimento destaca a solidão e o desamparo da protagonista diante da morte iminente.
No terceiro parágrafo, a autora faz referência às mães que embalam seus filhos no berço, expressando a doce esperança de vida que essas crianças representam. No entanto, ela parte sozinha para o jazigo, destacando novamente sua solidão diante da morte. Ao pedir que as crianças chorem, o eu-lírico revela sua tristeza e desejo de ser lamentada.
No quarto parágrafo, a poetisa cita os pássaros que tremem no ninho santo, pedindo a graça do alvorecer. Enquanto eles aguardam o renascer do dia, ela parte desfeita em pranto. Essa imagem simboliza a fragilidade da existência humana e a proximidade da morte.
Por fim, no último parágrafo, Auta de Souza menciona o campo cheio de rosas e o perfume entontecedor que emana dele. No entanto, ela associa esse perfume a mágoas dolorosas, pedindo então que as flores se fechem, indicando o seu fim iminente.
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