O fascínio pela literatura gótica atravessa séculos com sua mistura entre o sobrenatural, o macabro, a crítica social e os dilemas humanos. Apresentamos aqui cinco obras fundamentais desse gênero que unem mistério, terror e reflexões filosóficas.
Frankenstein, de Mary Shelley
Não podíamos começar a lista de outra forma. Lançado em 1818, “Frankenstein” é uma obra que transcende o tempo em sua combinação de terror gótico com questionamentos românticos sobre ciência e ética.
Mary Shelley apresenta Victor Frankenstein, um cientista que desafia os limites da natureza ao criar uma criatura com inteligência.
A história explora as consequências de “brincar de Deus” e o isolamento que surge quando tentamos ir além do conhecimento humano.
Rebecca, de Daphne Du Maurier
Daphne du Maurier, em “Rebecca” de 1938, cria uma narrativa sobre o passado que ressurge e assombra o presente.
A jovem esposa de um viúvo rico descobre que a mansão em que habita, bem como o próprio marido, estão impregnados pela memória de Rebecca, a primeira esposa.
Essa atmosfera de suspense e a manipulação psicológica são marcas registradas da literatura gótica, tornando “Rebecca” um clássico do gênero e sujeito a várias adaptações para o teatro, cinema e até ópera.
O retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde
Outro livro indispensável em qualquer lista de obras góticas.
Em “O Retrato de Dorian Gray”, Oscar Wilde mergulha nas profundezas da vaidade e corrupção da alma humana.
O livro, publicado em 1890, conta a história de Dorian Gray, cuja imagem em um pintura envelhece e muda em resposta aos seus atos controversos, permitindo-lhe levar um estilo de vida libertino sem mostrar as marcas do tempo.
A obra desafia noções morais e estéticas da época vitoriana e permanece como um dos romances mais estudados e referenciados na literatura.
O Castelo de Otranto, de Horace Walpole
Considerado o fundador do gênero gótico, “O Castelo de Otranto” de Horace Walpole, de 1764, originou-se de um pesadelo. A trama relata eventos sobrenaturais e acontecimentos assustadores em um castelo medieval italiano.
O romance combina elementos medievais e sobrenaturais, inspirando muitos outros autores e estabelecendo o alicerce para o florescimento do gênero gótico.
O autor, Horace Walpole, era fã do período medieval e, na primeira versão do livro, tentou simular um manuscrito italiano “real”, causando bastante furor na época por ser, supostamente, “baseado em fatos reais”.
A Volta do Parafuso, de Henry James
“A Volta do Parafuso”, de Henry James, é uma novela de 1898 que se firma no gênero através de uma narrativa envolvente e ambígua.
A história segue uma governanta encarregada de cuidar de duas crianças em uma propriedade inglesa.
Conforme ela se vê envolvida com supostas aparições e comportamentos estranhos das crianças, James conduz o leitor por uma jornada de suspense e terror psicológico, questionando a percepção da realidade e explorando a complexidade da mente humana.