O poema “Penso em Ti” é uma obra do poeta brasileiro Castro Alves, um dos principais escritores do movimento literário conhecido como Romantismo. Através desse poema, o eu-lírico expressa suas emoções e pensamentos em relação a alguém especial em sua vida, utilizando uma linguagem poética intensa e emocional.
Penso em Ti
EU PENSO em ti nas horas de tristeza
Quando rola a esperança emurchecida
Nas horas de saudade e morbidez
Ai! Só tu és minha ilusão querida
Eu penso em ti nas horas de tristeza.
Vê quanta sombra me escurece o seio!
Que palidez sombria no meu rosto!
Tu és a única luz da treva em meio
Tu és a minha estrela do sol posto…
Contigo a sombra não me tolda o seio.
Quando a teus pés o meu viver s’escoa,
Esqueço a minha sorte, o meu martírio,
Minh’alma como a pomba em sangue voa
Para ir se abrigar à tua, ó lírio,
Quando a teus pés o meu viver s’escoa …
Bendito o riso desses lábios túmidos!
Bendito o meigo olhar tão peregrino!
Como o sol abre a flor nos campos úmidos
Crenças desperta o teu divino olhar…
E o riso, o riso desses lábios túmidos.
Ai! volve! volve peregrina estrela…
Minh’alma é o templo de um amor suave
À tua espera o lampadário vela…
À tua espera perfumou-se a nave…
Ai! volve! volve peregrina estrela!”
Análise do poema “Penso em Ti”
O poema “Penso em Ti”, de Castro Alves, expressa uma profunda reflexão sobre o sentimento de amor e intensidade emocional. Castro Alves utiliza metáforas e recursos poéticos para transmitir suas emoções e pensamentos à pessoa a quem se dirige.
A tristeza é um dos principais elementos presentes no poema, mencionada nas primeiras estrofes. A esperança emurchecida e o sentimento de saudade são evocados, destacando a importância da pessoa amada como a única ilusão querida que ameniza essas horas de tristeza.
A luz e a sombra são representadas como símbolos opostos, em meio ao rosto pálido e à sombra que escurece o seio. A pessoa amada é vista como a única luz em meio à escuridão, a estrela que brilha mesmo após o pôr do sol. Essa luz proporciona conforto e impede que a sombra afete profundamente o eu lírico.
A segunda metade do poema aborda a entrega absoluta ao amor. O viver do eu lírico se esvai aos pés da pessoa amada, revelando a importância dela em sua existência. A imagem da alma voando como uma pomba em sangue, buscando abrigo e proteção junto à pessoa amada, expressa essa entrega completa e a necessidade de refúgio em seu amor.
Os lábios túmidos da pessoa amada são mencionados como benditos, ressaltando a beleza e a doçura de seu sorriso. O olhar da amada é descrito como peregrino e divino, capaz de despertar crenças e sentimentos profundos no eu lírico.
Por fim, o eu-lírico implora pelo retorno da pessoa amada, retratando-a como uma peregrina estrela. Ele destaca que sua alma é o templo de um amor suave, aguardando ansiosamente pela volta e a iluminação que ela traz consigo.
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