John Steinbeck, nascido em Salinas, Califórnia, em 1902 e falecido em Nova Iorque em 1968, é um dos nomes mais importantes da literatura americana do século XX.
Ganhador do Prêmio Pulitzer de Ficção em 1940, do Nobel de Literatura em 1962, e da Medalha Presidencial da Liberdade em 1964, sua obra é um testemunho das lutas, esperanças e derrotas do “homem comum” americano.
Sua literatura, marcada por uma narrativa realista e por personagens profundamente humanos, explora as tensões sociais, a desigualdade e a busca por justiça em uma América em transformação após a Grande Depressão e as Grandes Guerras.
1 – Ratos e Homens (1937) – 107 páginas
“Ratos e Homens”, publicado em 1937, é uma das obras mais emocionantes e tocantes de Steinbeck. Uma ótima porta de entrada para conhecer o estilo de escrita do autor, embora não chegue à altura das outras duas obras que mencionaremos a seguir.
Este breve romance, de apenas 107 páginas, fala da amizade entre dois trabalhadores itinerantes, George e Lennie, que sonham em possuir sua própria terra. Em meio à Grande Depressão, os personagens enfrentam não só a dura realidade econômica mas também os desafios impostos por suas limitações pessoais e sociais.
A narrativa, carregada de simbolismo e realizada com uma prosa simples mas poderosa, levanta questões sobre o Sonho Americano, a solidão e a impossibilidade muitas vezes cruel dessa busca por realização pessoal e material. E prepare-se: o final é arrebatador!
2 – As Vinhas da Ira (1939) – 464 páginas
“Vinhas da Ira”, obra-prima que rendeu a Steinbeck o Prêmio Pulitzer, retrata a odisseia da família Joad, que, expulsa de suas terras em Oklahoma devido às tempestades de poeira e à crise econômica, parte em busca de uma nova vida na Califórnia, atraída pela promessa de fartura e abundância de oportunidades.
O livro é uma crítica forte e impiedosa ao capitalismo desenfreado e ao chamado “Sonho Americano”, além de ser uma uma belíssima representação da força e da dignidade da pessoa humana diante da adversidade.
Através de sua história épica e personagens inesquecíveis, Steinbeck explora a ideia de justiça social, a importância da comunidade e da solidariedade em tempos de desespero profundo. E o final é um dos mais impactantes e censurados da literatura americana!
3 – A Leste do Éden (1952) – 601 páginas
Publicado em 1952, “A Leste do Éden” é talvez o mais ambicioso dos romances de Steinbeck. Situado no Vale do Salinas, na Califórnia, lugar de nascimento do autor, o romance aborda a complexa história de duas famílias, os Trask e os Hamilton, ao longo de várias gerações.
Este épico familiar explora os temas do bem e do mal, da liberdade e do destino, revisitando a história bíblica de Caim e Abel. Com uma prosa rica e personagens complexos, Steinbeck faz uma reflexão poderosa sobre a capacidade humana para a bondade e a crueldade, fazendo desta obra uma exploração profunda das possibilidades e limitações da natureza humana.