A excelente adaptação de ‘Crime e Castigo’ de Dostoiévski de 1970

A literatura tem o poder de atravessar o tempo e alcançar diversas expressões artísticas. Uma obra que transcendeu o papel e influenciou a sétima arte foi “Crime e Castigo”, escrita pelo autor russo Fiodor Dostoievski.

Sua adaptação cinematográfica de 1970, apesar de não tão recente, ainda se mantém como referência de fidelidade e interpretação excepcional do clássico literário.

Sobre ‘Crime e Castigo’ de Fiodor Dostoievski

Um marco da literatura mundial, “Crime e Castigo” traz um enredo que explora a moralidade, a psicologia e a complexidade humana através de seu protagonista, um ex-estudante de Direito que justifica o assassinato de uma agiota sob uma teoria própria que divide as pessoas entre “ordinárias” e “extraordinárias”: a ideia de que “o fim justifica os meios”.

Dostoievski inclui reflexões religiosas, existenciais e teorias sociais e niilistas ao longo da narrativa, construindo uma obra que desafia e instiga o público a refletir sobre a natureza da justiça — e da redenção.

A excelente adaptação para o cinema de 1970

A excelente adaptação de 'Crime e Castigo' de Dostoiévski de 1970

A adaptação de “Crime e Castigo” para a tela grande, ocorrida em 1969 com estreia em 1970, foi conduzida pelo cineasta Lev Kulidzhakov, que capturou a essência da obra literária em seu filme e demais de 3 horas de duração.

A escolha por uma filmagem em preto e branco em uma época que a gravação a cores já estava disponível foi uma decisão artística que adicionou ao filme uma atmosfera sombria e opressiva, bastante alinhada ao tom estabelecido por Dostoievski em seu romance.

Georgy Taratorkin foi o ator que assumiu a tarefa de dar vida a Raskólnikov, o controverso personagem central. Suas atuações foram amplamente louvadas por críticos e espectadores, ao retratar as nuances de um homem dividido entre a arrogância de suas ações e a tortura de sua consciência culpada. A atuação de Taratorkin é sem dúvidas um ponto alto da produção.

crime e castigo 1970

Além disso, a fidelidade do filme ao livro é notável. Os principais elementos do livro são preservados, desde as tensões psicológicas até as pressões sociais que circundam o protagonista.

Contudo, é importante notar que algumas motivações e ações do personagem principal podem confundir aqueles que não estão familiarizados com o romance. Desta forma, para ter uma experiência completa, recomendo a leitura da obra de Dostoievski, tanto para complementar a experiência visual quanto para enriquecer sua compreensão da trama.

Com informações de Kino-IRK.

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Alexandre Garcia Peres

Criador do site Literatura Online e Redator, Editor e Analista de SEO com três anos de experiência. Formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com foco em literatura e TCC em Paulo Leminski. Fez um ano de especialização em Teoria da Literatura e sua maior área de interesse é a poesia brasileira, principalmente os poetas da segunda e terceira geração do romantismo.

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