by O cânone literário é uma lista de obras consideradas fundamentais, influentes ou representativas nas áreas de arte, literatura, música e filosofia.
Essas obras, frequentemente chamadas de “clássicos“, são vistas como exemplos de qualidade e durabilidade.
Para uma obra fazer parte do cânone, ela precisa ir além da sua época e ser vista como essencial, não apenas por sua qualidade literária, mas por sua capacidade de resistir ao teste do tempo.
Como funciona e quem determina o Cânone Literário?
Embora se fale muito sobre o cânone literário, não existe uma lista oficial ou critérios fixos para determinar quais obras são canônicas.
Tradicionalmente, a escolha das obras para o cânone é feita por um grupo de estudiosos e críticos. Essas decisões refletem a visão coletiva de quais livros são indispensáveis para uma educação completa.
É comum que currículos de escolas e universidades incluam predominantemente obras consideradas parte do cânone, sugerindo a leitura aos estudantes, seja para a prova do vestibular, seja para o curso, em si.
O cânone é, portanto, subjetivo e moldado pelas percepções de um grupo restrito. Não é uma definição precisa e abrangente.
Por exemplo, obras como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, ou “O Grande Gatsby” de F. Scott Fitzgerald são aceitas como parte do cânone, enquanto outras, apesar de populares, não são vistas como essenciais.
O que torna uma obra parte do cânone literário?
Na teoria, para que uma obra seja incluída no cânone literário, ela precisa ir além de ser bem escrita ou popular. Deve ser essencial, oferecendo um padrão pelo qual outras obras são avaliadas. É o tipo de obra que será lido mesmo após séculos de publicado, como A Divina Comédia, de Dante Alighieri.
O livro fazer parte de listas obrigatórias de leitura de universidades, recomendações de professores, prêmios importantes como o Jabuti, o Camões e o Nobel ajudam a determinar um livro como parte do cânone.
No entanto, a inclusão no cânone tem sido alvo de críticas, pois favorece obras de autores predominantemente brancos e masculinos, geralmente norte-americanos ou europeus. Ou seja, há falta de diversidade, e claras motivações políticas e econômicas por trás das escolhas.
Nos últimos anos, houve esforços para expandir e atualizar o cânone, incluindo vozes e perspectivas diversas, como com a valorização de obras da literatura marginal.
Exemplos de livros que fazem parte do cânone literário
O cânone literário inclui obras de diversos períodos e regiões, desde a antiguidade até o século XX. Alguns exemplos notáveis são “A Odisseia” de Homero, “A Divina Comédia” de Dante Alighieri, “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen, e “1984” de George Orwell.
No Brasil, várias obras são consideradas canônicas, como:
- “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de Machado de Assis, que recentemente ganhou destaque internacional com uma tradução ao inglês
- “Grande Sertão: Veredas” de João Guimarães Rosa, reconhecida por seu uso inovador da linguagem
- “A Hora da Estrela” de Clarice Lispector, uma narrativa tocante sobre a vida de uma jovem migrante
- “A Rosa do Povo” de Carlos Drummond de Andrade, uma coletânea de poemas que aborda temas universais e contemporâneos;
- “Triste Fim de Policarpo Quaresma” de Lima Barreto, uma crítica social mordaz do nacionalismo exagerado.
Esses exemplos demonstram a amplitude e a profundidade das obras que compõem o cânone literário, refletindo a diversidade de pensamentos e experiências humanas que têm sido reconhecidas como essenciais na literatura.
