Qual documento é considerado o marco inicial da literatura brasileira?

Na história do Brasil, vemos um documento histórico de grande importância que é considerado o marco inicial da literatura brasileira: a Carta de Pero Vaz de Caminha.

Escrito em 1.º de maio de 1500, esse documento registra a chegada dos portugueses ao território que viria a ser o Brasil. Ao mesmo tempo, ele é considerado o primeiro texto literário produzido em solo brasileiro.

A carta foi enviada ao rei Dom Manuel I de Portugal e detalha as primeiras impressões sobre a terra descoberta e seus habitantes.

Carta de Pero Vaz de Caminha: o documento considerado o marco inicial da literatura brasileira

A Carta de Pero Vaz de Caminha é um relato detalhado da chegada da frota de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, mais especificamente na região de Porto Seguro, Bahia.

Escrita em estilo epistolar (ou seja, em formato de carta), comum à época, ela combina a formalidade de um relatório oficial ao monarca português com uma narrativa que beira o literário, utilizando uma linguagem rica e detalhada para descrever as paisagens, os habitantes nativos e os eventos ocorridos durante os primeiros dias em terras brasileiras.

A carta de Pero Vaz de Caminha à esquerda; à direita, um retrato dele

A carta foi “descoberta” no século XVIII por José de Seabra da Silva e publicada pela primeira vez no Brasil em 1817, escrita em sete folhas, divididas em quatro páginas cada.

Apesar de ser um documento oficial, ela vai muito além de um simples relato de viagem, já que apresenta características que a aproximam da literatura, como o uso de metáforas e uma narrativa envolvente.

Você pode ler a carta completa clicando aqui.

Qual era a finalidade da carta?

A principal finalidade da Carta de Pero Vaz de Caminha era informar o rei Dom Manuel I sobre a descoberta das novas terras. No entanto, Pedro Vaz dá detalhes de suas impressões sobre a nova terra, descrevendo as paisagens, os povos indígenas e os primeiros encontros entre europeus e nativos. Ele destaca bastante a beleza do território recém-descoberto, comparando-o às terras europeias e destacando seu potencial para exploração e colonização.

Além disso, a carta enfatiza a missão evangelizadora que os portugueses pretendiam fazer, sugerindo que a conversão dos indígenas ao cristianismo seria o principal “fruto” a ser colhido da nova terra. Essa era a mentalidade europeia da época, que via o “Novo Mundo” como uma terra a ser explorada e seus habitantes como almas a serem salvas, visão bastante questionada, e com razão, hoje em dia.

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Alexandre Garcia Peres

Criador do site Literatura Online e Redator, Editor e Analista de SEO com três anos de experiência. Formado em Letras pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), com foco em literatura e TCC em Paulo Leminski. Fez um ano de especialização em Teoria da Literatura e sua maior área de interesse é a poesia brasileira, principalmente os poetas da segunda e terceira geração do romantismo.

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