A evolução científica e acadêmica muitas vezes se apoia em métodos consolidados de investigação que permitem a análise crítica e a síntese de estudos preexistentes em determinadas áreas do conhecimento.
Dentro desse espectro, a Revisão Integrativa é uma ferramenta robusta, versátil e indispensável, especialmente na condução de pesquisas que buscam a aplicação prática de seus resultados.
O que é uma Revisão Integrativa?
A Revisão Integrativa é um tipo de revisão que visa revisar, de maneira sistemática, estudos de diferentes metodologias, sejam eles experimentais ou não-experimentais, para a integração dos seus resultados.
Ela permite não apenas a combinação de dados empíricos e teóricos, mas também atua na definição de conceitos, revisão de teorias e identificação de lacunas nas áreas de estudo.
Esse tipo de revisão é essencial para o avanço dos estudos de revisão, mantendo o rigor metodológico necessário para garantir a qualidade e a confiabilidade dos resultados obtidos, de modo similar às revisões sistemáticas, mas com a vantagem adicional de incluir uma quantidade maior de tipos de pesquisa.
Como fazer uma Revisão Integrativa
O processo de realizar uma Revisão Integrativa é geralmente dividido em seis fases distintas:
- Elaboração da pergunta norteadora: Definir com clareza o objetivo da revisão a partir de uma pergunta específica, que ajude a direcionar a pesquisa.
- Busca na literatura: Realizar uma busca abrangente em bases de dados e fontes de informação confiáveis para encontrar estudos que respondam à pergunta norteadora.
- Coleta de dados: Selecionar os estudos que serão analisados, definindo critérios claros de inclusão e exclusão.
- Análise crítica: Avaliar a qualidade metodológica dos estudos selecionados, identificando possíveis vieses e avaliando a força das evidências.
- Discussão dos resultados: Integrar os resultados dos estudos, analisando-os à luz da pergunta norteadora e do objetivo da revisão, identificando tendências, contradições e lacunas no conhecimento.
- Apresentação da revisão: Estruturar e redigir a revisão de maneira clara e objetiva, apresentando os resultados da análise crítica e discutindo suas implicações práticas e teóricas.
Dicas para fazer corretamente
Para garantir a eficácia e o rigor metodológico de uma Revisão Integrativa, é fundamental:
- Definir uma pergunta norteadora específica e relevante, que guiará todo o processo de revisão. Não negligencie essa etapa, já que ela é imprescindível para todas as demais.
- Realizar uma busca extensiva e sistemática nas bases de dados, sem limitar-se a um único campo de estudo ou língua, para garantir a abrangência e a inclusão de estudos relevantes.
- Estabelecer critérios claros e justificáveis de inclusão e exclusão dos estudos, evitando o chamado “viés de seleção”.
- Adotar uma postura crítica na avaliação dos estudos, considerando a qualidade metodológica e a aplicabilidade dos resultados.
- Ser transparente na apresentação dos métodos utilizados na revisão, permitindo a reproducibilidade do estudo.
Com origem ligada ao trabalho do epidemiologista Archie Cochrane, a Revisão Integrativa é uma técnica valiosa, especialmente na Prática Baseada em Evidências (PBE), contribuindo significativamente para a síntese de pesquisas e aprimoramento da prática clínica em diversas áreas, especialmente na saúde.
Com informações de “Revisão integrativa: o que é e como fazer”, de Marcela Tavares de Souza, Michelly Dias da Silva e Rachel de Carvalho (FEHIAE).