Ziraldo Alves Pinto, um dos mais icônicos escritores e cartunistas do Brasil, reconhecido pelo seu extraordinário trabalho como criador de personagens emblemáticos da literatura e do humor gráfico nacional, faleceu aos 91 anos.
O artista foi encontrado sem vida neste sábado, 06 de abril, em seu apartamento localizado no bairro da Lagoa, no Rio de Janeiro, deixando para trás uma herança cultural de imenso valor.
Conhecido pelo seu amplo leque de habilidades, Ziraldo era desenhista, escritor, chargista, caricaturista e jornalista. Além disso, ele foi um dos mentores e fundadores do jornal “O Pasquim”, periódico de forte influência durante os anos da ditadura militar no Brasil.
Sobre Ziraldo e sua obra
A carreira de Ziraldo começou a despontar ainda na infância, com a publicação de seu primeiro desenho aos 6 anos, em 1939. Foi na década de 1950 que começou a se firmar como um artista reconhecível, contribuindo para revistas infantis como “Era uma vez…” e “A Cigarra”.
Sua proeminência no cenário cultural do país cresceu ainda mais no final da década, quando passou a colaborar com a revista “O Cruzeiro”, espaço onde ele pode publicar suas charges políticas e cartuns, muitos dos quais carregados de crítica social e política.
Ziraldo tornou-se um dos nomes mais importantes do humor brasileiro ao fundar o jornal “O Pasquim” na época da ditadura militar. O periódico tornou-se conhecido por seu humor ácido e ilustrações debochadas, características marcantes do trabalho de Ziraldo, que sempre lutou pela democracia e liberdade de expressão através de seus textos e obras.
Já na área da literatura infantil, Ziraldo fez sua estreia como autor em 1969, com o livro “FLCITS”. Contudo, foi somente uma década depois que decidiu se dedicar mais intensamente a esse segmento.
O ápice de sua trajetória literária veio com o lançamento de “O Menino Maluquinho” em 1980, obra que se transformou em um fenômeno editorial e um marco na literatura infantojuvenil brasileira.
O personagem Menino Maluquinho, com sua panela na cabeça e sua personalidade inquieta e imaginativa, teve um impacto profundo na cultura popular, simbolizando a infância brasileira e conquistando leitores de diversas gerações.
Ziraldo também criou a “Turma do Pererê“, outra série de sucesso que reflete a competência e versatilidade de seu trabalho.
Com seu falecimento, o país perde não apenas um grande artista, mas uma figura que personifica a riqueza e diversidade da cultura brasileira. Seus personagens e histórias, entretanto, permanecerão vivos nas páginas dos livros e memórias das pessoas, como parte inseparável do legado de Ziraldo para o Brasil e o mundo.