A literatura de informação é um segmento da literatura que surgiu no período do descobrimento do Brasil, quando os primeiros escritos sobre a terra recém-colonizada foram registrados por navegadores, missionários e administradores portugueses no século XVI.
O que é a Literatura de Informação?
Essa fase da literatura brasileira, enquadrada no movimento literário do Quinhentismo, é essencial para compreender as primeiras décadas de colonização do Brasil.
Os textos serviram como base para a construção da identidade cultural brasileira e um registro histórico dos primeiros anos do contato entre europeus e a realidade do Novo Mundo.
Além disso, ajudaram a moldar a visão europeia sobre as terras descobertas e a influenciar as políticas coloniais posteriores.
Essa produção literária possui um caráter documental e histórico, buscando relatar as características e possíveis usos da nova terra aos olhos europeus.
Sem o intuito de criar ficção ou entretenimento, o estilo de redação era tipicamente expositivo e claro, destinado a informar sobre as condições do novo mundo, suas riquezas naturais, os povos indígenas e os desafios encontrados pelos colonizadores naquele tempo.
Tendo em conta a perspectiva descritiva e de relatório, a literatura de informação é considerada um precursor do jornalismo moderno, antecipando a prática de relatar acontecimentos e observações de forma minuciosa e factual.
Características da Literatura de Informação
- Eurocentrismo: Os textos privilegiavam a visão europeia, muitas vezes tratando de assuntos sob uma ótica de superioridade cultural.
- Teocentrismo: Muito do escrito tinha um viés religioso, fazendo menções frequentes a Deus e à missão de cristianizar os povos nativos.
- Descritivismo: As obras são ricas em descrições detalhadas sobre a flora, a fauna, os nativos e as primeiras impressões sobre a terra.
Principais autores e obras
- Pero Vaz de Caminha: Autor da “Carta” que é considerada o documento fundador da literatura de informação e da própria literatura brasileira.
- Américo Vespúcio: Conhecido pelas cartas que descreviam o Novo Mundo.
- Manuel da Nóbrega: Escritor de textos relacionados à atuação dos jesuítas e à catequese, como o “Diálogo sobre a conversão dos gentios”, que abria discussão sobre a prática missionária e catequética no território brasileiro.
- Hans Staden: Seus relatos sobre o cativeiro entre os tupinambás são tidos como fontes importantes de informação sobre os indígenas brasileiros.
A carta de Pero Vez da Caminha
Entre as obras mais emblemáticas, há um destaque maior para “Carta de Pero Vaz de Caminha”, um relato detalhado do “descobrimento” do Brasil