Fragmento, de Castro Alves

Como o nome sugere, este poema de Castro Alves é apenas um fragmento, embora traga uma mensagem profunda. Fala sobre solidão, desesperança e fragilidade.

O eu-lírico se compara a flores tristes, que nascem à noite e só conhecem a escuridão. Da mesma forma que estas flores, o poeta, solitário, segue apenas por um caminho árido, sem encontrar vida, amor, alegria. Ele lamenta — e teme — o isolamento a possibilidade de morrer sem ninguém.

Fragmento, de Castro Alves

HÁ FLORES tristes, que nascendo à noite
Só têm o açoite
Do cruento sul
E sem que um raio lhes alente a seiva,
Rolam na leiva
De seu vil paul.

Eu sou como elas. A vagar sozinho

Sigo um caminho
De ervaçais e pó

A luz de esp’rança bruxuleia a custo
Tremo de susto,
De morrer tão só.

"A Lua Cheia" (1889) do pintor russo Ivan Aivazovsky. Ilustrando o poema "Fragmento", de Castro Alves.
"A Lua Cheia" (1889) do pintor russo Ivan Aivazovsky. Ilustrando o poema "Fragmento", de Castro Alves.

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