Ao olhar para a linguística moderna, um nome se destaca como um farol na história do estudo da linguagem: Ferdinand de Saussure.
Nascido na Suíça no final do século 19, esse pioneiro intelectual é considerado por muitos o “Pai da Linguística Moderna“. A seguir, exploraremos a trajetória e a influência desse pensador, cujo legado perdura até os dias atuais.
Quem foi Ferdinand de Saussure?
Nascido em Genebra em 1857, Ferdinand de Saussure foi uma criança prodígio, evidenciando suas notáveis habilidades intelectuais desde muito novo até sua carreira acadêmica.
Saussure se dedicou ao estudo das línguas, passando por uma série de universidades europeias de renome, onde absorveu conhecimento e publicou trabalhos sobre sistemas de vogais em línguas indo-europeias.
Com um período de docência em Paris, Saussure eventualmente retornou a sua terra natal em Genebra. Lá, na cátedra universitária, lecionou sobre sânscrito e linguística indo-europeia, acumulando um conjunto de ideias que reverberariam bem além de seu tempo e disciplina inicial.
Qual a importância de Saussure para a Linguística Moderna?
Apesar de ter publicado muito pouco em vida, foram suas anotações e leituras, compiladas por alunos após sua morte, que firmaram sua posição como um dos pilares da linguística e semiologia do século XX.
Saussure é, hoje, especialmente reverenciado por sua contribuição à linguística estrutural, uma abordagem que mudaria o curso do estudo da linguagem humana.
Entre sua herança teórica, destaca-se a distinção entre “langue” e “parole”.
Resumidamente, “langue” é sistema abstrato de regras e convenções de uma língua, enquanto “parole” é o uso individual desse sistema através da fala.
Esta separação conceitual não apenas forneceu uma base sólida para futuro avanço em linguística, mas também influenciou áreas tão como a filosofia, a psicanálise e a sociologia.
A obra “Curso de Linguística Geral”
Considerada a base de seus ensinamentos, “Curso de Linguística Geral” reúne anotações de seus alunos baseadas em suas palestras.
Publicada após sua morte, em 1916, a obra é um marco na literatura científica, consolidando o entendimento de Saussure sobre os mecanismos da linguagem.
É importante ressaltar que Saussure não teve participação direta na edição deste livro. Mesmo assim, o livro permanece como um testamento do seu brilhantismo e da profundidade de sua percepção no estudo da linguagem humana.
Posteriormente, sua visão também foi fundamental para o antropólogo Claude Levi-Strauss e suas análises sobre mitos, demonstrando que os princípios da linguística estrutural de Saussure têm aplicações bem mais amplas.