“Epitáfio”, de Castro Alves, é um curto, mas intenso poema de Castro Alves é dedicado a uma mãe falecida. Nele, o eu-lírico expressa a dor e o luto que sente diante da dor de sua mãe. Não sabemos se o poeta baiano dedicou este poema a sua falecida mãe ou se ele apenas construiu a cena de um filho lamentando a perda de sua mãe (ou as duas coisas).
Seja como for, as cenas construídas são bonitas, e ao mesmo tempo dramáticas: as lágrimas que o filho derrama sobre o túmulo são como o orvalho das ramas de um salgueiro. Porém, apesar dessa tristeza, há uma esperança: assim como o sol “enxuga” as gotas de orvalho pela amanhã, a fé que o filho tem enxuga suas lágrimas, pois ele sabe que sua mãe está no céu, transformando, assim, seu choro em oração.
Epitáfio, de Castro Alves
Para um túmulo de mãe.
COMO O ORVALHO das ramas do salgueiro
Resvala sobre a lápide do trilho,
Assim gotejam lágrimas de filho,
O Minha Mãe! sobre o sepulcro teu.
Mas como o sol nascente a gota enxuga
Que a noite derramou sobre os escolhos…
O anjo da Crença nos enxuga os olhos
E faz do pranto uma oração… no céu!