Aos Estudantes Voluntários
(RECITATIVO)
Poesia recitada no Teatro Santa Isabel
na noite do oferecimento da Academia.
O CÉU é alma… O relâmpago
É uma idéia de luz,
Que pelo crânio do espaço
Perpassa, brilha e reluz…
Depois o trovão — é o verbo.
Segue-o o raio — gládio acerbo,
Que se desdobra soberbo
Pelos páramos azuis.
Ação e idéia — são gêmeos,
Quem as pudera apartar?…
O fato — é a vaga agitada
Do pensamento — que é o mar…
Cisma o oceano curvado,
Mas da procela vibrado,
Solta as crinas indomado,
Parece o espaço escalar.
Assim sois vós!… Nem se pense
Que o livro enfraquece a mão.
Troca-se a pena com o sabre,
Ontem — Numa… Hoje — Catão…
É o mesmo… Se a pena é espada
Por mão de Homero vibrada,
Com o gládio — epopéia ousada
Traça mundos — Napoleão…
Que importa os raios trovejem
Nas florestas do existir
Parti, pois! Homens do livro!
Podeis ousados partir!
Pois sereis. . ., vindo com glória,
Ou morrendo na vitória…
Homens do livro da História
Dessa Bíblia do porvir!