Ao Natalício, de Castro Alves

Ao Natalício

Ao Natalício do meu Diretor,
o Ilmo. Sr. Dr. Abílio César Borges

I

Grato sempre à mocidade,
Belo dia, hás de raiar;
Sempre ela muito contente
Mil flores te há de ofertar!

Sempre em ti se entregará
Ao prazer com expansão;
Mil cultos render-te-á
Nos altares d’afeição.

Pois em ti, sublime dia,
Do alto dos céus baixou
O anjo que à mocidade
Dos rigores libertou.

Baixou este grande homem,
Que tanto anima a instrução,
Estimulando co’amor
O infantil coração.

II

Nasceu hoje meu bom Diretor,
Para honra do grande Brasil,
Preparando na infância, que educa,
Para a pátria futuro gentil.

É por isso que o sol orgulhoso
Ergue a fronte soberba e brilhante;
É por isso que as flores exalam
Um perfume mais doce e fragrante.

É por isso que tão cristalinos
Os regatos se alongam ao mar,
E as aves co’as cores tão vivas
Brincam — ternas — voando no ar.

E os ventos tão meigos e frescos
Sussurrando as campinas percorrem.
E as abelhas em busca de mel
Às florinhas contentes já correm.

É por isso enfim que tão bela
A natura se ostenta no mundo;
É por isso que a infância já sente
Regozijos do peito no fundo.

III

Eia! cantemos cantemos!…
Com grinaldas coroemos
Neste belo e grande dia
Do natalício de amor
O nosso bom Diretor,
Que tão zeloso nos guia.

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