Adelaide Amaral, de Castro Alves

A Adelaide Amaral

ARTISTA, tua voz é a melodia
De Sorrento nas veigas perfumosas;
É teu riso o esfolhar de brancas rosas,
Voar do cisne errante da poesia!

Quando gemes, o arcanjo da harmonia
Colhe em teus lábios flores odorosas,,
E do teu pranto as gotas preciosas
São estrelas de luz nalva do dia.

A Camélia esfolhada sobre o dorso
Do mar da vida, em ondas de sarcasmo,
A Hebréia, condenada sem remorso…

Tudo sublimas, tudo… eu digo em pasmo:
“Gênio, gênio… inda mais… supremo esforço
Das mãos de Deus no ardor do entusiasmo”.

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