Nesta análise, iremos explorar o poema “À Minha Avó”, da poetisa Auta de Souza, analisando as metáforas e os simbolismos presentes na obra.
À MINHA AVÓ, de Auta de Souza
Minh’alma vai cantar, alma sagrada!
Raio de sol dos meus primeiros dias…
Gota de luz nas regiões sombrias
De minha vida triste e amargurada.
Minh’alma vai cantar, velhinha amada!
Rio onde correm minhas alegrias…
Anjo bendito que me refugias
Nas tuas asas contra a sina irada!
Minh’alma vai cantar… Transforma o seio
N’um cofre santo de carícias cheio,
Para este livro todo o meu tesouro…
Eu quero vê-lo, em desejada calma,
No rico santuário de tu’alma…
– Hóstia guardada n’um cibório de ouro! –
Análise do poema “À MINHA AVÓ”
O poema “À Minha Avó”, como o nome sugere, é uma expressão de amor e gratidão da autora Auta de Souza por sua avó.
O eu lírico inicia o poema referindo-se à sua alma como uma entidade sagrada e compara a presença de sua avó aos raios de sol que iluminam os primeiros dias de sua vida e às gotas de luz que se fazem presentes nas regiões sombrias de sua existência triste e amargurada.
O poema denota uma conexão profunda entre a poetisa e sua avó. A avó é retratada como um rio, um refúgio para as alegrias do eu lírico. Ela é descrita como um anjo bendito, cujas asas oferecem proteção contra a sina irada que assola a vida do eu lírico.
A expressão “Minh’alma vai cantar” reforça a mensagem de que o coração da poetisa se encherá de gratidão e amor ao escrever sobre sua avó. Auta de Souza deseja que sua avó transforme-se em um cofre santo de carícias, no qual ela possa depositar todo o seu tesouro, representado por suas palavras e sentimentos expressos no livro ao qual se refere.
Na última estrofe, a poetisa anseia ver seu tesouro guardado no rico santuário da alma de sua avó, comparando-o a uma hóstia guardada em um cibório de ouro, remetendo à ideia de algo precioso e sagrado.
Este poema retrata a relação de amor e proteção entre a poetisa e sua avó, utilizando linguagem poética e simbolismos para expressar a importância do papel da avó na vida do eu lírico. Auta de Souza demonstra gratidão e admiração por sua avó, evidenciando o sentimento de refúgio e acolhimento que encontra em sua presença.
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